O ar que eu respiro | Trabalhos 2021 | Painel ClimAR

Escola EB Sebastião da Gama (Escola Sede do Agrupamento) (Estremoz)

Escalão: 2º escalão (2º e 3º ciclos)

Nome(s) e Idade(s) do(s) Aluno(s):
Brayan Eremia; Duarte Vaqueiro; Eva Monteiro; Inês Pereira, Isabel Ramalho; João Poeiras; João Machado; Leonardo Cavaco; Lourenço Borralho; Luís Silva; Matilde Vermelho; Miguel Frade; Miguel Durão; Ricardo Catarino; Rodrigo Correia; Rute Silva; Sara Silva; Sara Coelho; Sofia Serrano; Sofia Luz; Nicolas Castro; Lucia David; Beatiz Monteiro. Idade dos alunos: 12 anos.

Imagens:

Memória Descritiva:
Identificámos os poluentes e as partículas que interferem na qualidade do nosso ar. Construímos o nosso painel digital através da plataforma Book Creator.
Mas quisemos ainda saber + sobre a qualidade do ar da nossa terra… e fomos procurar bioindicadores. Encontrámos os líquenes…Os líquenes são o resultado de uma eficaz simbiose ente fungos e algas. São pioneiros em locais de condições adversas. As algas dão alimento (através da fotossíntese) e o fungo protege-a das agressões ambientais e fornece-lhe água e sais minerais.
Bioindicadores no estudo da qualidade do ar em Estremoz
Questão problema: Que dizem os líquenes do nível de contaminação do ar em
Estremoz?

Metodologia de Construção do Painel:
Aprendemos nas aulas de Cidadania e Desenvolvimento que a utilização dos líquenes como bioindicadores do ar está ligada à sua notável sensibilidade para com os gases atmosféricos poluentes.
A nossa ideia foi investigar a qualidade do ar na nossa cidade através dos líquenes e analisar os resultados em termos de variedade e quantidade.
Pressupondo que os carros libertam gases poluentes para a nossa atmosfera escolhemos três locais com características diferentes quanto ao tráfego de automóveis:
No dia 9 de maio fomos até à avenida com mais tráfego na cidade de Estremoz. No dia 24 de maio fomos à Serra D´Ossa à procura do nosdo património natural.
Escolhemos três árvores em cada local. Foram selecionadas para o nosso estudo de acordo com as suas características semelhantes:
Com tronco único ou com poucas ramificações e o mesmo diâmetro (25 a 40 cm);
Sensivelmente a mesma altura. Observações a partir de 1m do solo.
As árvores que não apresentam líquenes foram excluídas.
Tivemos também em conta a casca das árvores e a sua rugosidade semelhantes, pois as ranhuras possibilitam a armazenamento de água, essencial para a sobrevivência de líquenes, e escolhemos a área mais sombreada, pois nela é mais fácil reter a humidade e proteger os líquenes da luminosidade excessiva.
As 3 zonas têm sensivelmente o mesmo microclima.
Tentámos que o único fator variável fosse a contaminação do ar. Fizemos a observação em saídas de campo e registámos através de fotografia e no nosso caderno de campo, utilizando tabelas próprias para identificarmos a variedade e a quantidade desses líquenes encontrados, utilizando códigos para a zona, árvore e líquen. Recolhemos amostras.
Na Av. 9 de abril encontrámos essencialmente líquenes crustáceos e foliáceos:
No Cipreste do Buçaco: Líquene Pó de ouro (Chrysothrix candelaris) classificado como crustáceo de natureza cosmopolita e tolerante à poluição atmosférica.
Na Árvore-das-missangas: Líquenes Parmélia verde (Flavoparmelia caperata) e Parmélia tiliacea líquenes foliáceos, tolerantes a uma contaminação moderada (IPA 10-20).
Ainda na Av. 9 de abril encontrámos:
Na árvore de Acer negundo: Candelária (Candelaria concolor) em grande quantidade ao longo do tronco principal e rara ocorrência de Evernia ou Orzella do reino (Evernia prunastri).
Perto de um dos arcos do castelo de Estremoz encontrámos essencialmente líquenes crustáceos, foliáceos e fruticulosos: Nas 3 Árvores-das-missangas: Candelária (Candelaria concolor) e Pó de ouro (Chrysothrix candelaris) em quantidade moderada e grande ocorrência de Parmélia verde (Flavoparmelia caperata) Evernia ou Orzella do reino (Evernia prunastri).
No percurso pedonal encontrámos árvores autóctones um pouco mais antigas e:
Numa oliveira: Ocorrência de líquenes foliáceos como Parmélia verde (Flavoparmelia caperata), fruticulosos como Evernia ou Orzella do reino (Evernia prunastri), Observámos ainda alguns exemplares de Nefroma vulgar (Nepphroma laevigatum) e alguns exemplares de Sol das árvores (Teloschistes chrysophtalmus). Esta espécie, devido à sua sensibilidade, já é considerada bastante rara em alguns países do centro da Europa.
Nas 2 Oliveiras:
Grande ocorrência de líquenes foliáceos como Parmélia verde (Flavoparmelia caperata) Estes exemplares apresentam-se em grandes rosetas revelando um maior desenvolvimento que nos locais anteriores. Observámos ainda alguns exemplares de Nefroma vulgar (Nepphroma laevigatum).
Líquenes fruticulosos muito frequentes como Evernia ou Orzella do reino (Evernia prunastri).

Principais Conclusões de Análise do Painel:
Conclusões da nossa investigação:
Com base nas observações no local, registos em tabela própria e observação à lupa com apoio de manuais de identificação, a partir do nosso estudo preliminar, sem recurso a reagentes químicos, podemos concluir que:
Há maior quantidade e variedade de líquenes na Serra D’Ossa. Encontrámos no percurso diversos líquenes ditos crustáceos, foliáceos e fruticulosos. Os líquenes mostram maior desenvolvimento.
Na Av. 9 de abril a ocorrência, o desenvolvimento e a variedade de líquenes na Av. 9 de abril é menor. Recomendamos um plano de ação para os estremocenses diminuírem os pequenos percursos de carro e utilizarem meios de transporte mais sustentáveis, como a bicicleta.
Os bioindicadores de Estremoz asseguram-nos um nível de contaminação do ar moderada e as zonas menos urbanas uma contaminação débil, ou seja, muito saudável.
Venha até nós, Estremoz recomenda-se…