Biodiversidade: Preservar e Regenerar | Trabalhos

Escola Básica de Moure e Ribeira do Neiva (Vila Verde)

Escalão: Escalão 2 - Escolas do 2º e 3º Ciclo

Ação realizada:
Erradicação de Invasoras

Breve descrição da ação:
“Há invasoras no meu recreio”, foi o mote para os alunos do clube de Hortofloricultura e turma 6ºA, aprenderem a identificar, controlar e restaurar os espaços verdes da escola, e em particular o Bosque das Autóctones, para serem locais sem plantas invasoras, pois tanto comprometem a integridade dos ecossistemas, pelas ameaças que apresentam, como à biodiversidade autóctone e à qualidade do solo.
Neste bosque existem espécies autóctones como o Carvalho (Quercus petraea); Sobreiro (Quercus suber) e Pinheiro-bravo (Pinus pinaster).
Deste modo, procurou-se transmitir as ferramentas necessárias para os alunos se tornem vozes ativas e mobilizadoras em prol da restauração e conservação do património nativo, bem como à sensibilização para as boas práticas diárias para a sua conservação.

Intervenientes:
Clube de Hortofloricultura e turma 6ºA (31 alunos).

Data de realização:
24 de março de 2022

Local de realização:
Bosque das Autóctones - Escola Básica de Moure e Ribeira do Neiva

Importância da implementação da ação para a biodiversidade local:
As espécies invasoras são uma das principais ameaças à biodiversidade a nível global (a 5ª ameaça, de acordo com o IPBSE), além de promoverem outros impactes significativos a nível ambiental, assim como a nível socioeconómico. No âmbito dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, o ODS 15.8, prevê implementar medidas para evitar a introdução e reduzir significativamente o impacte de espécies exóticas invasoras nos ecossistemas terrestres e aquáticos, e controlar ou erradicar as espécies prioritárias. A comunidade escolar tem um papel relevante, não só na prevenção das invasões biológicas, mas também na mitigação dos seus impactes, acrescendo ainda, o facto dos alunos levarem para a comunidade local/regional estes saberes, de modo a aumentar o conhecimento e sensibilização sobre este tema.
As espécies exóticas invasoras são introduzidas em locais fora da sua área de distribuição natural, e que promovem impactes negativos a nível da biodiversidade nativa, dos serviços dos ecossistemas ou do bem-estar humano.
Estas espécies são uma das maiores causas de perda de biodiversidade e, em alguns locais, são mesmo responsáveis pela extinção de espécies, representando também uma ameaça global para a segurança alimentar e para muitos meios de subsistência.
Prevê-se que os problemas causados pelas espécies invasoras sejam agravados pelas alterações climáticas. As alterações climáticas podem facilitar a disseminação e o estabelecimento de muitas espécies exóticas e criar novas oportunidades para que estas se tornem invasoras.
As espécies invasoras podem reduzir a resiliência dos habitats naturais, dos sistemas agrícolas e das áreas urbanas às alterações climáticas. Por outro lado, as alterações climáticas reduzem a resistência de alguns habitats às invasões biológicas.
É essencial que o tema das espécies invasoras seja incluído na sala de aula. Isso inclui que aprendam 1) medidas de biossegurança para evitar a introdução de espécies invasoras na região como resultado das alterações climáticas; 2) medidas de resposta rápida para monitorizar e erradicar espécies não nativas que se podem tornar invasoras devido às alterações climáticas.

Descrição das várias etapas de desenvolvimento da ação/ metodologia utilizada:
Toda a atividade de aprendizagem foi realizada na disciplina de CEDART, com o recurso à consulta em webgrafia e nomeadamente no site das “Invasoras de Portugal”. Aprenderam a classificar e diferenciar espécies exóticas invasoras das espécies autóctones. Perceberam que as espécies exóticas invasoras são aquelas que quando introduzidas em outros territórios conseguem adaptar-se, estabelecer-se, reproduzir-se e espalhar-se até colonizar o ambiente, formar novas populações e causar impactos na biodiversidade, saúde ou economia. Os problemas que podem causar são os seguintes: agem como depredadores — impedindo o desenvolvimento das espécies nativas —, alteram o habitat — modificando física e quimicamente o solo —, competem pelos alimentos e pelo espaço, hibridizam com as espécies nativas, introduzem novos parasitas e doenças, etc.
Neste contexto, mais vale prevenir do que remediar, i.e., apostar em estratégias de prevenção, deteção precoce e resposta rápida que impeçam a colonização de invasoras. Com o objetivo de terem os recreios livres de invasoras, e neste caso o bosque das autóctones, percorreram à procura das plantas, de modo a realizar o levantamento das espécies invasoras existentes. Com a ajuda dos telemóveis (registos fotográficos) e de identificadores de espécies invasoras (disponibilizados pela Universidade de Coimbra), identificaram duas espécies: Austrália (Acacia melanoxylon) e Penachos (Cortadeira selloana).
Posteriormente, em sala de aula, e com recurso às TIC, e da aplicação iNaturalist, identificaram as espécies. Em seguida, no site das Invasoras de Portugal, e com recurso às “Fichas de Espécies Invasoras em Portugal”, ficaram a conhecer as características, distribuição, impactes e controlo de cada espécie identificada.
No dia 24 de março, passaram para a ação (no bosque) e com a ajuda de ferramentas agrícolas adequadas e da explicação/exemplificação da professora Madalena Sousa (coordenadora do Eco-Escolas), ficaram a saber quais as características que as tornam competidoras implacáveis, os seus impactes e que métodos de controlo ou erradicação se podem aplicar no seu combate. Assim, os alunos com toda a sua energia, começaram a arrancar com a ajuda de enxadas e forquilhas os Penachos e Austrálias. Foi necessária muita força de braços para as arrancar, pois já estavam bem instaladas, nomeadamente os Penachos que possuíam um grande sistema radicular.

Registo fotográfico das principais etapas do projeto:

Descrição dos principais resultados obtidos e impactes da ação:
Neste momento o Bosque das Autóctones da escola está “livre” de invasoras, principalmente das pequenas espécies que cobriam o solo e que se propagaram através de semente, faltando o corte de uma Austrália - árvore de grande porte. Iremos proceder às fases sequenciais de controlo (de continuidade e de manutenção) para conter a proliferação das invasoras, neste local, com mais ações de erradicação, se necessário.
Mitigar a perda da biodiversidade local é imperial, pois de acordo com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), estas espécies são a segunda causa de perda de biodiversidade no mundo.
Esta ação permitirá diminuir os impactes nos ecossistemas, dado que estas espécies formam povoamentos muito densos impedindo o desenvolvimento da vegetação nativa, diminuindo o fluxo das linhas de água e agravando alguns problemas de erosão, o que poderá ter efeitos negativos no desenvolvimento e sobrevivência das espécies nativas.
Desta forma – ação de erradicação, pretendeu contribuir para aumentar a sensibilização sobre as invasões biológicas em prol da Conservação da Biodiversidade e da Restauração dos Ecossistemas.

Fontes de pesquisa consultadas para planeamento, desenvolvimento e implementação do projeto:
Os alunos pesquisaram no site das Invasoras de Portugal (https://invasoras.pt/pt) e consultaram um conjunto de marcadores editados pela Universidade de Coimbra sobre “Plantas Invasoras”. Também a professora Madalena Sousa que orientou a ação de erradicação das espécies invasoras no bosque, deu formação prática nesta área: sensibilização para o problema e técnicas de irradicação.

Articulação do trabalho com os conteúdos curriculares:
Na turma do 6ºA, na disciplina de Cidadania e Desenvolvimento, em que a turma estava a abordar o tema “Ambiente e Biodiversidade”; em Educação Tecnológica, no conteúdo “Higiene e segurança no trabalho” e “Evolução de um objeto tecnológico – interpretar informação técnica”. Ao nível do clube de Hortofloricultura os alunos assistiram ao vídeo da Ação de Formação "Identificação e gestão de plantas invasoras - o caso da Cortaderia", 25 de junho de 2020, no site das “Invasoras de Portugal” e preparam as ferramentas adequadas para o arranque das espécies invasoras.

Breve mensagem de sensibilização (tipo slogan) do projeto:
“Há invasoras no meu recreio” – ação de erradicação

Link do vídeo:

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